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Sociologist by the University of Haifa, specialized in approaches for the gates of knowledge improving communication between Jews and non-Jews. This is an open way to communicate with Jews from Israel, USA, Canada, Europe or those who live in Latin American countries but do not speak Portuguese (in Brazil) or Spanish (all other countries besides Guianas)

As Sete voltas da noiva em volta do noivo


  
 
   
 As sete voltas 
 
 Uma carta do Rebe de Chabad

Aleph Rosh Chodesh Tammuz, 5710
15 de junho, 1950

Em resposta à sua pergunta sobre o significado do costume, na cerimônia de casamento, da noiva dar sete voltas ao redor do noivo sob a Chupá:

Parece-me que a resposta a esta questão precisa cobrir as seguintes sub-questões: 1) O significado do circuito. 2) Sua repetição por sete vezes. 3) A noiva circulando ao redor do noivo e não vice-versa. 4) A noiva depois juntando-se ao noivo, ficando de pé a seu lado dentro do círculo.

Creio que o que se segue lhe dará uma resposta satisfatória.

É declarado no Zohar (Parte III, 7:2) que o casamento, uma união de duas pessoas distintas, é na verdade uma união de duas metades da mesma alma. Cada um, quando nasce, possui apenas metade 1 daquela alma, que se torna uma e completa somente no vínculo conjugal, através da Chupá [pálio nupcial] e Kidushin [Santificação]. É por isso que o casamento é uma das experiências mais comoventes para os noivos, pois suas respectivas almas encontraram por fim a outra metade. Um pouco desta alegria é vivida, como meio de ilustração, na reunião de dois parentes distantes ou amigos íntimos que estiveram separados por muito tempo.

De uma certa forma, portanto, o casamento assinala o início de uma vida completa e plena, ao passo que a vida pré-marital tanto da noiva quanto do noivo pode ser considerada como um período preparatório.

A união de duas partes da mesma alma não é uma união de duas metades idênticas que formam um todo. Porém elas complementam uma à outra, cada qual enriquecendo a outra com poderes e qualidades que de outra forma elas não teriam. Pois as partes "masculina" e "feminina" da alma têm diferenças básicas, refletindo, num sentido mais amplo, as diferenças de caráter dos sexos. Uma dessas diferenças é aquela que nosso Sábio chama de "a natureza masculina da conquista", i.e., a propensão do homem a conquistar novas províncias (nos negócios, na profissão, ciência, etc.) fora de casa. Esta qualidade geralmente não é encontrada na mulher. Por outro lado, a mulher é denominada em nossa literatura sagrada de "Alicerce da Casa", pois dentro do lar sua personalidade e qualidades interiores são mais bem expressas e afirmadas (Tehilim 45:14).
Já foi mencionado anteriormente que o casamento, de certo modo, assinala o início de uma vida plena. A cerimônia de casamento reflete isso por uma alusão ao início de toda a vida. As Bênçãos do Contrato de Casamento (Birchot Hanesuin) também começam com uma referência à criação do primeiro homem, a primeira mulher, e seu casamento.

Desde a Criação do mundo, a vida humana tem se baseado no ciclo de sete dias. D’us criou o mundo em seis dias e santificou o sétimo como dia de descanso. O homem foi então ordenado a trabalhar durante seis dias da semana, mas a dedicar o sétimo como um Shabat para D’us. Quando um judeu está para formar um lar e dar início a uma vida plena, é adequado que este princípio básico de uma vida feliz seja simbolizado durante a cerimônia de casamento.

Vêm daí os "Sete Dias de Festejos" e as "Sete Bênçãos" (Sheva Berachot). Isso nos leva também aos sete círculos da noiva ao redor do noivo.

Tendo isso em mente, bem como as observações introdutórias anteriores sobre as diferenças básicas de caráter entre homens e mulheres, a cerimônia dos sete circuitos que a noiva faz ao redor do noivo sugere a seguinte explicação:

O noivo, que toma a iniciativa 2 na consumação da união, é inicialmente o centro do novo lar judaico. Ele é o primeiro a tomar seu lugar sob a Chupá. Quando a noiva é conduzida à Chupá, ela faz um círculo ao redor do noivo. Isso simboliza a delineação (em espaço) de seu próprio mundo dentro do mundo exterior, com aquele que está para ser seu marido no centro. Ela continua a fazer um circuito após o outro, por sete vezes, simbolizando que ela, o "Alicerce da Casa", funda um edifício que seria completado no primeiro dia de toda e cada semana para continuar no segundo, terceiro, etc., até o fim de todos os tempos e estações, um "edifício eterno" e duradouro, (com o infinito do ciclo). Sua própria contribuição a esta união sagrada está também implicada no fato de que ela faz os circuitos ao redor do noivo.

Tendo completado os sete circuitos, ela fica ao lado do futuro marido no centro do círculo, pois após os preparativos para a construção de seu lar, ambos, marido e mulher, formam seu centro. Daí em diante, durante toda a cerimônia, tanto o noivo quanto a noiva formam o centro da cerimônia sagrada, como rei e rainha cercados por uma guarda de honra. Suas vidas tornam-se unidas em uma vida plena e feliz, baseada na Torá outorgada pelo Único D’us.

Com todos os melhores votos,

(Assinatura)

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Notas:
1 Isso não significa, evidentemente, que é meia-alma em todos os aspectos, mas no sentido de que no estabelecimento de um lar, um indivíduo é apenas uma "metade", e sua alma é também uma "metade".

2 Isso é expresso, por exemplo, pelo dito de nossos Sábios, que "é costume do homem procurar uma mulher." Durante a cerimônia de casamento, isso é simbolizado pelo fato 

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