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Sociologist by the University of Haifa, specialized in approaches for the gates of knowledge improving communication between Jews and non-Jews. This is an open way to communicate with Jews from Israel, USA, Canada, Europe or those who live in Latin American countries but do not speak Portuguese (in Brazil) or Spanish (all other countries besides Guianas)

Meor Hashabat - Uma Super ferramenta chamada Cérebro.

Outro dia eu estava na fila do restaurante. Uma mulher à minha frente pediu ao atendente: Gostaria de um shwarma (um tipo de sanduíche, geralmente de carne de carneiro bem temperada, dentro de uma pita (pão sírio)). O senhor poderia, por favor, esquentar a pita antes de colocar a carne dentro? O rapaz que cuidava da churrasqueira respondeu: Não. A pita precisa ser esquentada depois que a carne está dentro, para se obter um melhor resultado. A mulher retrucou: Eu não quero que você faça desta maneira. Então me faça o shwarma sem esquentar a pita. Não, respondeu o churrasqueiro. Se a senhora quer uma pita aquecida, vou esquentá-la depois de colocar a carne dentro. A mulher apenas riu e exclamou: Isto é incrível!
            Lembrou-me de uma história sobre um pai que perguntou a seu filho, um escoteiro, se havia feito alguma boa ação naquele dia. O garoto disse: Sim, ajudei uma senhora de idade a atravessar a rua. Precisamos de 12 escoteiros para consegui-lo. Por que precisaram de 12 garotos?, perguntou o pai, curioso. E o filho respondeu: Porque ela não queria atravessar!!
            Quando praticamos atos de bondade, todos temos - alguns mais, outros menos – um certo benefício pessoal por fazer a gentileza. Esperamos que, ao agir com bondade, a pessoa beneficiada gostará mais de nós ou nos dará um desconto ou alguma condição vantajosa. Muitas vezes ‘distorcemos’ a bondade em nosso benefício.
            Nesta Porção Semanal, Yossêf enterra seu pai, Yaacov, na Maarát HaMachpelá, a caverna que seu bisavô, Avraham, adquiriu de Efron, o Hitita, para servir como sepultura para a sua família. Nossos Sábios chamam o ato de se enterrar um falecido de ‘chessed shel emet’, a verdadeira bondade. Por quê? Como mencionamos acima, toda vez que fazemos uma bondade há uma certa expectativa de que a pessoa beneficiada retribua o nosso ato. Quando se executa os passos necessários a um enterro - a tahara (a lavagem e o vestir do falecido, enquanto se recitam preces) e a kevura (preparar a sepultura, comparecer ao funeral e fazer o enterro) – não existe a possibilidade de que a pessoa receba alguma retribuição do beneficiário de sua bondade. O falecido nunca irá retribuir a bondade que está recebendo. Sim, é verdade: o Todo-Poderoso nos recompensa por todas as mitsvót que fazemos, mas o falecido não retribuirá nossa bondade.
            Na oração do Shemoná Esrê (também conhecida por Amida, a prece principal que um judeu faz três vezes ao dia, na qual louvamos D’us, fazemos pedidos para todo o Povo e o mundo, pedidos pessoais e agradecimentos ao Todo-Poderoso), temos a seguinte frase: Gomel Hassadim Tovim – Ele que nos concede boas bondades. Por que o Sanhedrin, o grande tribunal rabínico que compôs o Shemoná Esrê, em sua imensa sabedoria, decidiu ser necessário incluir a aparentemente desnecessária palavra ‘boas’ para nos dizer que tipo de bondade D’us nos concede?
            A resposta é que D’us quis que imitássemos o Seu comportamento, para assegurar que a bondade que praticamos seja realmente ‘boa’. Todos nós temos a capacidade de tentar arrumar explicações e justificativas para os nossos atos. Nossos cérebros são ferramentas muito poderosas. Se você perguntar: Cérebro, dê-me 10 razões para assaltar um banco, ele lhe responderá: (1) Pense em todo o bem que poderá fazer com o dinheiro! (2) Ninguém sairá prejudicado, pois o banco tem seguro! (3) Será emocionante, etc. E se você pedir ao seu cérebro 10 razões para NÃO assaltar o banco, ele rapidamente responderá: “(1) Você provavelmente será pego! (2) Irá para a cadeia. (3) Envergonhará seus familiares. (4) É errado!”, e assim por diante.



            Todos nós precisamos estar conscientes das motivações por trás de nossas atitudes e ter certeza de que estão sendo feitas pelas razões corretas.
            Para ilustrar isto, trago-lhes uma historinha infame: Conta-se que um homem muito rico e miserável voltou à noite para casa e perguntou à esposa: O que temos para jantar? A esposa respondeu: Frango. Mas me parece que ele está com um cheiro esquisito! O marido disse: Sabe, avisaram que há um indivíduo carente que está precisando de comida. Vou pegar este frango e dar a ele. Você, querida esposa, prepare outra coisa para o jantar!
            No dia seguinte, o marido chegou mais tarde do que de costume e a esposa perguntou: O que aconteceu? O marido respondeu: Lembra-se do pobre que precisava de alimento e a quem dei o frango? Ele ficou doente e fui cumprir a mitsvá de bikur holim (visitar os enfermos).
            No terceiro dia, o marido chegou muito atrasado. Quando a esposa perguntou a razão, o marido respondeu: Bem, você se lembra do pobre a quem dei o frango e que ficou doente? Infelizmente seu estômago era muito sensível e acabou morrendo. Fui tomar as providências para seu funeral. Foi tudo muito triste, mas pensei no seguinte: ‘Não é maravilhoso que conseguimos fazer 3 mitsvót (alimentar uma pessoa carente, visitar um doente e participar de um funeral) investindo apenas um frango mal cheiroso?’
            Nossa lição: ao praticarmos atos de bondade, asseguremo-nos que seja um ato bom para seu recebedor e que seja algo que a pessoa realmente deseja!


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