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Sociologist by the University of Haifa, specialized in approaches for the gates of knowledge improving communication between Jews and non-Jews. This is an open way to communicate with Jews from Israel, USA, Canada, Europe or those who live in Latin American countries but do not speak Portuguese (in Brazil) or Spanish (all other countries besides Guianas)

Devemos dividir a nossa única Matzá?


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                     Devemos dividir a nossa única Matzá?


Através das gerações ouvimos relatos de Yehudim que tiveram que colocar a vida em perigo para poder cumprir uma Mitzvah nas circunstancias mais difíceis.
Erev Pessach durante o Holocausto, esta foi uma das perguntas que surgiram nos Campos de Concentração: dois Yehudim arriscaram a vida para poder obter uma Matzá e cumprir a Mitzvah da noite do Seder. Depois de esforços extraordinários conseguiram uma Matzá e estavam radiantes de alegria. Mas após uma pequena reflexão, perceberam que neste pedaço só tinham o suficiente para um Kezait, que é a quantidade mínima necessária por pessoa para se cumprir a Mitzvah de comer Matzá na noite de Pessach. Por isto surgiu a pergunta, como fazer para cumprirem esta Mitzvah?

Um deles sugeriu que se fizesse um sorteio, e o vencedor ficaria com a Matzah, e assim, pelo menos um deles cumpriria a Mitzvah como se deve. O outro retrucou que deveriam cortar o pedaço pela metade e assim cada um poderia cumprir a mitzvah com meia quantidade. Ele pensou que já que nas proibições também, comer a metade da medida de uma comida proibida é uma transgressão, assim também, comer metade da quantidade de uma Mitzvah pode ser considerado uma Mitzvah.

Esta dúvida, explica o Rav Yitzchak Zilberstein, shlita, é trazida no Shaarei Teshuva (472),  o comentário do Shulchan Aruch, onde ele discute o que deveriam fazer dois prisioneiros ou dois viajantes no deserto, quem só têm um pedaço de Matzah. Embora eles são “sócios” nesta Matzah, se um deles comesse a Matzah inteira sem o consentimento do outro,  seria considerado uma Matzah roubada, o que desqualifica a Mitzvah. O mérito de comer meia Matzah é um assunto discutido entre os Acharonim. Na opinião da obra Machzik Berachá, se cada um comesse meia Matzah, existe um certo mérito e também a vantagem de nenhum deles abrir mão da sua Mitzvah, algo incorreto a fazer pois ficaria sem nenhuma Mitzvah. Outros explicam que “meia” Mitzvah não é considerado uma MItzvah.

A conclusão é que seria correto que eles façam um sorteio, pois quando um deles cumprirá a Mitzvah, o outro terá um mérito junto com ele. Assim como existe um acordo que se faz no estudo de Torah chamado de “acordo de Yissachar e Zevulun”, onde um deles se dedica integralmente ao estudo e o outro o sustenta e o mérito é dividido (já que sem o apoio financeiro de um, o outro não teria como se dedicar), aqui também.. Assim, graças a aquele que permitiu que a Mitzvah seja feita integralmente (pois sem isto não poderia ser feita), é considerado um sócio na Mitzvah  integral e tem um mérito maior do que comer “meia” Matzah”. Desta forma não é considerado que está abrindo mão de uma Mitzvah, pois fez isto através do sorteio e fez isto para que a Mitzvah possa ser cumprida de forma perfeita pelo seu colega.

Nesta noite do Seder quando sentaremos para comer o nosso “kezait”de  Matzah e diremos a Brachá de Shehechyanu, vale a pena lembrar de todos aqueles que arriscaram a vida por uma Mitzvah, e muitas vezes até pela Mitzvah do próximo. Podemos ser agradecidos por termos a oportunidade de comprar Matzot e demonstrar que queremos cumprir esta Mitzvah com alegria..

Nas vésperas de Pessach, quando estava escrevendo esta pergunta, fui trazer as compras coletivas, algo que acontece em uma das várias comunidades aqui em Israel. Pessoas que se preocupam com a comunidade organizam uma venda com todos os tipos de necessidades para Pessach. Numa manhã, alguns dias antes do Yom Tov, a rua estava lotada de caixas de comida e de Yehudim que foram buscar a sua encomenda. Cada um pagou e pegou a sua, sem câmeras de segurança e nem sistemas de anti-furto. Que contraste com os yehudim que  deviam arriscar a sua vida e agora podem, Baruch Hashem, viver uma vida de Torah em Eretz Israel. Não somente as condições materiais de poder cumprir as Mitzvot, mas também a oportunidade de se preocupar uns com os outros!
Quando contei para um técnico israelense, não-religioso, que tinha vindo instalar o gás na minha casa que fiquei tão impressionado com este Kidush Hashem, que é algo que no meu país de origem não podia acontecer, ele respondeu:  “Mesmo eu que moro aqui em Israel fiquei impressionado!”   
                                     
Shehechyanu por estarmos vivos e podermos cumprir Mitzvot e por fazermos parte de um Povo onde uns se preocupam com os outros!
Shabat Shalom e Pessach Kasher veSameach,
Yitzchak Benroubi

Estas questões  foram trazidas aqui como uma forma de despertar a curiosidade, a beleza e a profundidade do estudo da Halachá. Qualquer dúvida na prática deve ser consultada com uma autoridade Rabínica.

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